sábado, 9 de abril de 2011

Informação sobre a Dengue

Informação sobre a Dengue
Por Agência FAPESP em 23/2/2010


Um dos principais problemas de saúde pública no mundo, a dengue provoca anualmente de 50 milhões a 100 milhões de casos. Não há vacina para a doença, que coloca quase 40% da população global em risco.

Para combater a transmissão de dengue, que tal cortar o mal pela raiz? Ou melhor, que tal cortar as asas dos mosquitos? Ou, pelo menos sua capacidade de voar? Essa é a sugestão deum grupo internacional de pesquisadores, que obteve uma nova linhagem de mosquitos na qual as fêmeas não podem voar.

O estudo, feito por um grupo do Reino Unido e dos Estados Unidos, será publicado esta semana no site e, em breve, na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fêmeas do principal vetor da dengue, o Aedes aegypti, quando não conseguem voar, morrem rapidamente, reduzindo o número de mosquitos e, por consequência, a transmissão da doença, segundo os autores do estudo. Machos podem voar, mas não picam ou transmitem a doença.

Os cientistas alteraram geneticamente mosquitos machos que, ao cruzar com fêmeas selvagens, transmitiram seus genes aos descendentes. As fêmeas da geração seguinte não foram capazes de voar por que a alteração genética afetou o desenvolvimento dos músculos das asas.

Os autores da pesquisa estimam que a nova linhagem pode suplantar a população nativa em até nove meses, em alternativa eficiente e que não envolve o uso de pesticidas.

“Os métodos atuais de controle da dengue não são suficientemente eficientes e, por conta disso, novas alternativas se fazem urgentemente necessárias. Controlar o mosquito que transmite o vírus poderia reduzir significativamente a morbidade e mortalidade humanas”, disse Anthony James, professor da Universidade da Califórnia em Irvine e um dos autores do estudo.

Segundo James, uma das principais autoridades mundiais em doenças infecciosas transmitidas por insetos, há ainda estudos a serem feitos para confirmar a viabilidade do novo método, mas o potencial é de aplicação não apenas para a dengue, como também para outras doenças, como malária e febre do oeste do Nilo.


O artigo A female-specific flightless phenotype for mosquito control, de de Luke Alphey e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1000251107.

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